Pfizer ofereceu ao governo brasileiro 70 milhões de doses em agosto/2020

“[…] ‘a Pfizer encaminhou três propostas para o governo brasileiro, para uma possível aquisição de 70 milhões de doses de sua vacina, sendo que a primeira proposta foi encaminhada pela companhia em 15 de agosto de 2020 e considerava um quantitativo para entrega a partir de dezembro de 2020’, […].

Na nota, a empresa garante que os Termos do Acordo oferecido ao governo brasileiro são os mesmos de contratos com outros países, inclusive alguns que já estão vacinando.

‘Países como Estados Unidos, Japão, Israel, Canadá, Reino Unido, Austrália, México, Equador, Chile, Costa Rica, Colômbia e Panamá, assim como a União Europeia e outros países, garantiram um quantitativo de doses para dar início à imunização de suas populações, por meio de acordo que engloba as mesmas cláusulas apresentadas ao Brasil’. “

Fonte: Pfizer diz que ofereceu 70 milhões de doses de vacina ao governo em agosto

Brasil: sem vacina da Pfizer e sem planejamento para imunização

“Depois de muita cobrança externa e delonga interna, o Ministério da Saúde divulgou seu ‘plano de imunização’.

O ‘plano’ foi pomposamente anunciado como sendo ‘dividido em quatro fases’, mas sua elaboração não deve ter roubado muito o tempo do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, já que ele cabe numa frase: ‘profissionais de saúde, indígenas e idosos serão vacinados primeiro; depois virão as pessoas entre 60 e 74 anos, seguidas das que sofrem de comorbidades e de funcionários públicos como professores e trabalhadores das forças de segurança’.

Acabou-se o plano.

Ao menos, o ministério teve o pudor de chamá-lo preliminar.

Nada sobre quanto tempo depois de aprovada uma vacina ela será distribuída no Brasil (o plano de imunização dos Estados Unidos garante que, a partir do momento em que o FDA aprovar um imunizante, os primeiros americanos o receberão em 48 horas);

Nada sobre onde serão vacinados os brasileiros (o Reino Unido transformou ginásios esportivos e outras instalações em 42 centros de vacinação e já sabe quantos britânicos cada centro irá imunizar por dia);

Nada sobre quem irá aplicar a vacina na população (a Argentina mobilizou suas Forças Armadas);

E nada sobre planos de compra de equipamentos básicos como seringas (desde julho, países europeus tratam da compra conjunta do equipamento para se prevenirem da sua iminente escassez).

Pior: com a resignação dos vencidos, Pazuello sugeriu que o Brasil não compraria a primeira vacina aprovada no mundo ocidental, a da Pfizer, porque ela tem de ser acondicionada a -70ºC.

O general louvado por sua expertise em logística deixou de comentar o motivo pelo qual a exigência de baixas temperaturas não foi um problema incontornável para Peru, Chile, Costa Rica, Equador, México e Panamá — para ficar só nos países da América Latina que fecharam acordos de compra com a Pfizer — e em breve começarão a imunizar as suas populações.”

Enquanto isso, o Brasil segue em situação indefinida quanto aos caminhos para imunização contra a COVID-19.

Fonte: O Brasil sem a vacina da Pfizer e o “plano de imunização” que é uma piada